A pobreza na América Latina tem gerado várias respostas para o problema da habitação. O que fazer perante o problema?
Quem se aproxima das grandes cidades do hemisfério sul, debruçado na janela de um avião, pode vislumbrar um panorama estarrecedor: planaltos e colinas tomados por casinhas apinhadas, entremeadas por traçados viários estreitos e irregulares, que à noite se tornam quase invisíveis dada a precária iluminação. Nas cidades um pouco mais ricas, cortando esse tecido urbano como lâminas, vêem-se grandes estruturas de betão – vias-rápidas, viadutos, ferrovias – que permitem o tráfego rápido, além de coberturas metálicas de armazéns que abrigam hipermercados e centros de compras para um público sem muito dinheiro, mas que precisa de sobreviver. No caminho entre o aeroporto e o centro da cidade, favelas tangenciam avenidas e pontes, quando muito escondidas por árvores, muros ou outdoors. Diante dessa expansão descontrolada da pobreza urbana, a tradicional política de remoções, ainda persistente, parece fazer cada vez menos sentido: no lugar da favela que sai, em dias forma-se outra. As iniciativas para tornar invizível a pobreza são hoje tecnicamente inócuas. Sem ter como varrê-la definitivamente para longe, mesmo os políticos conservadores perceberam que não se pode mais ignorá-la.
Gratuito
Opúsculos:
n.º 11
Dimensões:
16 p., 15,0×22,5 cm
Edição:
Dafne Editora
Data:
Maio de 2008
DL:
246357/06
ISSN:
1646-5253
Design:
Manuel Granja