As casas também são tomadas pelo tempo, mas é bem mais curta a duração da vida dos homens do que a das casas que eles constroem para seu usufruto. No início do século XX, Marques Gomes fez fortuna no Brasil. A casa grande que mandou edificar, sobranceira à barra do rio Douro, prestou o serviço que lhe competia, até que, ao fim de cerca de trinta anos, não resistiu à desarticulação da estrutura familiar que a justificava. As matas de austrálias foram tomando conta do antigo montado, absorvendo as espécies exóticas e as plantações ordenadas. E o abandono marcou indelevelmente a arquitectura do lugar. Até que a ruína, o fogo e a pilhagem destruíram o cenário da memória possível.
Este livro – que refunde e amplia um capítulo do livro Casas de Brasileiro – procura reconstituir este exemplo de arquitectura beaux-arts e compreender como um cidadão de torna-viagem contribuiu para a promoção da modernidade, oferecendo condições a um jovem artista para a realização desta obra de vanguarda. O ensaio pretende identificar as formas originais da casa, as condições da sua produção e as características de alguns dos usos determinantes para a caracterização da sua imagem. É uma viagem ao erudito e popular na arquitectura dos torna-viagem, percorrendo um caminho que procura preencher um espaço ainda relativamente vazio no processo de conhecimento da arte de edificar em Portugal.
Este livro foi co-editado pela Dafne Editora e pelo Centro de Estudos de Arquitectura e Urbanismo da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto. A edição contou com o apoio da Junta de Freguesia do Canidelo e da Quinta Marques Gomes.
Trabalho financiado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), através do Programa COMPETE 2020, e por fundos nacionais da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, no âmbito do PEst-OE/FCT/EAT Norte 145.
€15,00
Equações de Arquitectura:
n.º 36
Dimensões:
120 p., 15,0×22,5 cm
Peso:
300 g
Edição:
Dafne Editora/CEAU
Data:
Junho de 2015
DL:
393907/15
ISBN:
978-989-8217-32-5
Design:
Rui Silva – Alfaiataria